Leia o texto abaixo.
As
rãs assustadas com a batalha dos touros
Quando
os poderosos brigam, os fracos acabam por sofrer.
Uma
rã, assistindo de seu pântano a um combate entre alguns touros, lamentava-se:
–
Ai de nós! Que terrível destruição nos ameaça!
Uma
outra rã perguntou por que ela dizia tal coisa, se os touros lutavam pelo governo
do rebanho e passavam suas vidas tão longe daquele pântano onde viviam.
–
Sim, eles moram longe; disse a rã – são de uma espécie diferente da nossa.
Ainda
assim, os que perderem a luta pela soberania do prado fugirão, procurando esconderijos
secretos nos pântanos, e seremos pisadas e esmagadas por suas patas poderosas.
Portanto, naquela fúria que eles demonstram está em jogo a nossa segurança.
Fábulas
do mundo inteiro.
Círculo do Livro, s/d.
Nesse
texto, pode-se concluir que a primeira rã é
A)
autoritária.
B)
corajosa.
C)
desconfiada.
D)
distraída.
E) prudente.
o texto abaixo.
A
morte do jangadeiro
Ao
sopro do terral abrindo a vela,
Na
esteira azul das águas arrastada,
Segue
veloz a intrépida jangada
Entre
os uivos do mar que se encapela.
Prudente,
o jangadeiro se acautela
Contra
os mil acidentes da jornada;
Fazem-lhe,
entanto, guerra encarniçada
O
vento, a chuva, os raios, a procela.
Súbito,
um raio o prostra e, furioso,
Da
jangada o despeja na água escura;
E,
em brancos véus de espuma, o desditoso.
Envolve
e traga a onda intumescida,
Dando-lhe,
assim, mortalha e sepultura
O
mesmo mar que o pão lhe dera em vida.
Padre
Antonio Tomás.
Infere-se
desse poema que os perigos oferecidos pelo mar são
A)
ditosos.
B)
envolventes.
C) inúmeros.
D)
pequenos.
E)
simples.
).
Leia o texto abaixo e responda.
Burro-sem-rabo
São dez horas da manhã. O carreto que contratei para transportar
minhas coisas acaba de chegar.
Vejo sair a mesa, a cadeira, o arquivo, uma estante, meia dúzia de
livros, a máquina de escrever. Quatro retratos de criança emoldurados. Um
desenho de Portinari, outro de Pancetti. Levo também este cinzeiro. E este
tapete, aqui em casa ele não tem serventia.
E esta outra fotografia, ela pode fazer falta lá.
A mesa é velha, me acompanha desde menino: destas antigas, com uma
gradinha de madeira em volta, como as do tabelião do interior. Gosto dela:
curti na sua superfície muita hora de estudo para fazer prova no ginásio;
finquei cotovelos em cima dela noites seguidas, à procura de uma ideia. Foi de
meu pai. É austera, simpática, discreta, acolhedora e digna: lembra meu pai.
Esta cadeira foi de Hélio Pellegrino, que também me acompanha
desde menino: é giratória e de palhinha. Velha também, mas confortável como as
amizades duradouras.
Mandei reformá-la e tem prestado serviços, inspirando-me sempre a
sábia definição de Sinclair Lewis sobre o ato de escrever: é a arte de
sentar-se numa cadeira.
E lá vai ele, puxando a sua carroça, no cumprimento da humilde
profissão que lhe vale o injusto designativo de burro-sem-rabo. Não tenho mais
nada a fazer, vou atrás.
Vou atrás das coisas que ele carrega, as minhas coisas; parte de
minha vida, pelo menos parte material, no que sobrou de tanta atividade
dispersa: o meu cabedal. [...]
SABINO, Fernando. A mulher do vizinho. Rio de Janeiro: Ed.
do autor, 1962, p. 10-12.
O trecho que indica que o narrador era escritor é:
A) “a mesa, a cadeira, o arquivo”.
B) “uma estante, meia dúzia de livros”.
C) “como as do tabelião do interior”.
D) “muita hora de estudo”.
E) “à procura de uma ideia.”.
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